Ela acreditava…

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Ela era uma doce menina. Acreditava em amor a primeira vista, que um dia o príncipe dela iria chegar em um belo cavalo branco, e iriam viver felizes para sempre. Ela acreditava que as amizades eram para sempre e que nunca iria acabar. Ela acreditava que todas as pessoas que entrariam na vida dela nunca iriam abandonar e quando fosse embora ela achava que poderia voltar. Ela acreditava em todos os “eu te amo” que ouvia. Acreditava que o amor era eterno. Ela acreditava no Peter Pan, acreditava que existia a Terra do Nunca e iria encontrar a Sininho, por lá. Ela acreditava em borboletas no estômago quando se estava apaixonada.

Pobre menina!

Mas ela conseguiu enxergar que o mundo era perverso, as pessoas sempre iriam-te apunhalar pelas costas. Ah, e o amor. Ela aprendeu da pior forma que o amor nem todos vão encontrar o seu. E príncipes?  Ela viu que eles só existem na Disney que na vida real o máximo que ela vai conhecer é o cavalo. Ela viu que as pessoas entrariam na sua vida, e da noite para o dia nunca mais viriam, e o pior não deixaria nenhum bilhete escrito: – Foi muito bom te conhece, estou indo embora, mas nunca vou te esquecer. Ela viu que quando as pessoas vão embora não dar nenhum “adeus”, simplesmente some.

Ela esperou pelo Peter Pan (no fundo ela sabia que o mundo era perverso), e ele não apareceu para levá-la para Terra do Nunca, e ela nunca conheceu a Sininho. Ela viu que tudo era apenas conto de fadas. Ela descobriu que são poucas pessoas que mudar por amor, bem poucas. E borboletas no estômago, ela deixou de acreditar. Ela cresceu e deixou de ser uma doce menina.

Ela aprendeu que a vida não é conto de fadas, e que nada é perfeito. Ela viu que não adiantaria chorar para todos ver, ninguém ser importaria mesmo. Ela descobriu que o melhor lugar para chorar é de baixo do chuveiro, e o seu melhor esconderijo do mundo é o seu quarto. E as músicas era o seu refúgio, que a cada estrofe do que estava ouvindo dizia o que estava sentido. Ela carregava  aquele lindo sorriso, não ser engane era tudo fingimento, o mundo dela estava desmoronando, poucos conseguia ver, o talvez ninguém via. Ela disfarçava muito bem. Ela adormecia e imaginava que tudo que estava vivendo era um pesadelo, e quando acordasse iria voltar para o seu mundo. Mas de nada adiantaria, o mundo que ela estava vivendo era o seu verdadeiro, e o que ela imaginava, era apenas um sonho.