Não vou começar esse texto com promessas. Que fique claro que não é que eu não tenha vontade de te prometer toda felicidade e amor do mundo, mas é que hoje, só hoje, quero focar nos fatos reais e cotidianos. Sinto sua falta. Pensou que eu nunca admitiria isso, não é? É que a saudade me acorda toda madrugada com um tapa na cara e eu apanho quieta. Tem seu lugar vazio no outro lado da cama, seus vestígios espalhados pelo quarto e eu me sentindo sufocada no meio de tanto espaço. Eu sei que nunca fomos perfeitos juntos e na verdade, eu nem quis que fôssemos. Não, porque eu gostava (e ainda gosto) do seu jeito meio inconsequente que batia sempre de frente com a minha razão. Desde o gosto musical a um ser mais caseiro e outro amante da balada, entende? As diferenças são complementares. E a beleza disso tudo era evidente, porque cada um fazia um esforço sob humano para se encaixar na rotina, no peito e no coração do outro.
Cá entre nós, eu não quero mais ficar sozinha. E faço questão de remeter minhas palavras a você, porque a minha saudade é específica demais. Tem nome, sobrenome, endereço, telefone e um gosto musical horrível. Mas o sorriso encantador compensa todo o resto. Você sabe, meu amor por você é enorme e minha preguiça por coisas novas também. O novo nunca é o suficiente, nem preenche por muito tempo. E a culpa nem é dele, é minha, que só aceito um velho amor como consolo. Não quero encontrar novas saídas e caminhos, mas ficaria feliz em refazer nossas trilhas de mil modos diferentes. Quero amanhecer, dormir e enrolar uns minutos na cama ao teu lado. Quero você. Faz assim, esquece tudo o que passou e vem. Volta para o lugar de onde você nunca deveria ter saído e a gente esquece tudo de uma vez.